Tudo e Nada

Hoje o Kika (prof de Teorias Sociais Contemporâneas) tava falando sobre o conceito de Juventude Screenager e Estetização da Vida e Intimidade. Bons tópicos para serem abordados no meu projeto experiental (ainda não falei dele aqui, mas é sobre fotolog e álbum de orkut).

Teve um momento lá que ele falou uma frase sobre esse nova forma de conhecimento da pós-modernidade que me deixou pensativa o dia todo.

Eu sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal.

Fiquei pensando sobre isso. Será que é melhor saber de tudo um pouco ou um pouco de tudo? Sim, porque são coisas diferentes. Uma é vc ter o "tudo" e saber uma parte dele. Outra é vc ter várias partes do tudo e saber um pouco de cada. Pra deixar bem claro.

Acho que, pela imensa complexidade da vida e por toda essa infinitude de coisas e também pelo fato de produzirmos tanto e tão diversos sentidos pras coisas, o melhor é pegar uma partezinha do "tudo" e conhecê-la a fundo. Porque conhecer mal e um pouquinho de cada coisa é não conhecer nada, na verdade.

Como eu também sou filha dessa geração que tudo vê e tudo ouve, e que não prova, não cheira e não toca - as coisas são todas à distância - eu também sou daquelas que sabe um tiquinho de cada. Tudo são links. E uma coisa leva à outra e tal. Exemplo: para caso alguém esteja lendo isso aqui: Como vc chegou até aqui? Com certeza foi por meio de um link que estava vagando por aí, fazendo conexão desse lugar aqui que não diz nada com algum outro lugar da rede que também não tinha nada a ver com aqui ou não.

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Tô deprimidíssima hoje. Talvez seja o prenúncio da solidão. Ou ela já presente. Ninguém por perto. E mesmo com gente perto a sensação de estar abandonada. Carência filadaputa.
Todos estão-se indo de perto de mim. Quando não é pra longe é pra ainda mais longe. Acho que a solução é me mudar também. Começar outra vida em um outro lugar. Talvez maisfeliz, talvez mais bonito. Pelo menos algum estímulo pra abrir os olhos pela manhã.

Pra acordar hoje e todos os outros dias foi um custo. Não por sono - isso tb, quem me conhece sabe que se eu pudesse, passava 36 das 24 horas do dia dormindo - mas por preguiça de estar, de ser. Acordar pra quê? Levantar pra quê? Ir pra universidade e descobrir que lá é o lugar que menos se aprende as coisas que realmente importam na vida? Isso eu já descobri faz tempo. Nenhum estímulo, portanto. Levantar pra quê? Ver que meus planos estão ruindo e que não quero nem saber o que eu quero? Não, obrigada. Eu fico aqui deitada no quentinho, com meu cachorro quentinho - que é o único que eu prefiro acreditar que me entende.

Eu ia falar sobre o Tudo e o Nada. Registrar aqui o que eu andei pensando - umas coisas bacanas, até, e outras retardadas. Mas nem pra isso eu tenho estímulo. Falar pra quem? Dizer o quê? Pra quê?

Não, obrigada. Vou continuar dormindo.