Miss República do Café com Leite 2008

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Eu não entendo nada da dinâmica do concurso Miss Brasil, mas uma coisa me deixou na dúvida nesta última edição: a moça que representa o estado da qual é miss, não deveria residir no estado que está representando?

Porque, vejamos. Janaína Barcelos, que concorreu ao Miss Brasil este ano, representando São Paulo, mora aqui em Contagem, Minas Gerais, desde que nasceu. Me fez lembrar do episódio da miss 2003, Gislaine Ferreira, que representou o Tocantins, mas também era daqui de Minas.
Acho isso estranho. Se alguém souber algo que possa esclarecer, favor registrar nos comentários.

Outra coisa que estive pensando sobre esses concursos de beleza é que eles parecem ter algum fundo político. Claro que não posso afirmar nada, são apenas suposições, mas...
Estive olhando a galeria de misses no site oficial e percebi que nunca antes na história do nosso país, dentre os 27 estados que constituem a república, a quantidade de gaúchas, paulistas e mineiras vencedoras é realmente enorme. Não seriam estes os três estados de maior expressão política nacional, celeiros de grandes presidentes da República e outros fdp políticos?

Acho que o concurso Miss Brasil é, na verdade, um grande reflexo da história tupiniquim. No início do concurso, as transmissões era feitas desde Petrópolis, mas bastou inaugurarem Brasília e foi tudo transferido pra lá. Após o fim da TV Tupi e durante a Ditadura, coube ao SBT as transmissões do concurso. Todo mundo aí sabe o que que o SBT tem a ver com o Regime Militar, né?
Não?
Procure no Google. Anda.

Segundo a Wikipedia, o Miss Brasil, nos primórdios, era o segundo evento mais importante do país, atrás apenas da Copa do Mundo. Isso por si só já comprova a magnitude do concurso. Mas tomemos dois exemplos locais que justificam a minha desconfiança no fato que que as misses não são apenas rostinhos bonitos, mas também potenciais cabos eleitorais:

A Miss Brasil 2007, Natália Guimarães, é daqui de BH. Inclusive, estudava lá na PUC (eu formei lá, mas em outro curso), antes de ficar famosa. Ano passado ela teve um affair com o governador do estado, Aécio Never Neves. Dizem as más línguas que era pura propaganda, já que ele pretende suceder o Lula em 2010, no melhor estilo república do Café com Leite, e não fica bem um presidente solteiro no Rio de Janeiro, baladeiro e cheirador de gatinhos. Pra consertar a imagem, nada melhor do que a companhia da ilustríssima senhorita Miss Brasil 2007.

Outra história engraçada é a da Miss Brasil 1995, Renata Bessa. Não só ela é daqui de Contagem, como formou no mesmo curso e na mesma faculdade que eu (Publicidade na PUC), como era minha vizinha na época em que ganhou o concurso. O ó foi ter de aguentar a irmã dela na escola, que achava que ela própria era a miss. Depois, o ó foi aguentar a própria Renata, que casou com o então presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Zezé Perrela, ficou rica e nunca mais apareceu por aqui. Menos mal. O pulo do gato é que o mesmo Zezé Perrela virou deputado federal, e a Renata descolou uma vaguinha de designer de jóias.

A pergunta que não quer calar é: Será que eu deveria arrumar um lobbista e me inscrever para o Miss Brasil 2009 pelo estado do Acre? Vai que eu tenho chance, e, de quebra provo que o estado que represento existe?

Se os requisitos forem: morar em Belo Horizonte (ou Contagem, tudamesmamerda), estudar na PUC, nunca ter posado pelada e ser um primor de elegância, simpatia e modéstia beleza, eu tô dentro!

Conforme for, eu desisto de participar do BBB 9 e arrisco logo um Miss Simpatia. Ou então, faço como a Grazzi Massafera, que matou todos os coelhos com uma cajadada só: Miss Paraná, ex-BBB e estrela de primeira grandeza da Globo.

Com um currículo desses, nem precisa de político nenhum. Mas por via das dúvidas, vou falar pra meu namorado se candidatar a vereador nas próximas eleições... Nunca se sabe.

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