Estou escrevendo um projeto super complexo pra mim e já estou me perdendo no meio de tantas palavras... Resolvi dar uma pausa no trabalho para jogar pra fora outras palavras que ficam emperradas nas idéias aqui.

Antes de falar o que peguei de tão legal nessa segunda lida, queria fazer um adendo: conheci o Bob pessoalmente no festival Foto em Pauta do ano passado, em Tiradentes. A ocasião foi muito engraçada: as atividades oficiais daquele dia já tinham se encerrado e estavam todos se preparando para as atividades, digamos, extracurriculares nos bares da cidade... hehehe... Eu, caminhando despretensiosamente pela rua, topo com o Gal Oppido (fotógrafo que estava dando o workshop que eu estava participando) e paro para cumprimentar. Ele estava conversando com mais duas outras pessoas, e como eu não fui apresentada de início, não reparei quem era. Como fiquei ali mais uns 5 minutinhos, acabei eu mesma me apresentando, naquele roteiro básico: "Oi, prazer! Eu sou a Suelen, tudo bem?". No que um deles vira e fala, também no roteiro básico: "Oi Suelen, tudo ótimo, e vc? Eu sou o Claudio". Fiz o mesmo com o outro, que me surpreendeu: "Oooooiii, Suelen! Então você que é a Suelen, que posou pelada para o Gal?".
20 segundos de silêncio.
Oi?
Acontece que eram, ninguém menos que Claudio Edinger e Bob Wolfenson! E o Bob já me conhecia antes mesmo de eu me apresentar, pq, ao que parece, o assunto de logo antes de eu chegar era o workshop que o Gal estava dando e que eu participei e, como ele mesmo disse, posei nua para umas fotos. Apesar de achar suuuper estranha a situação da minha fama repentina (ahahahaha), não vou negar que fiquei feliz, porque isso parece que abriu um canal mais próximo de comunicação com eles (sério, o cara fez os ensaios mais legais e inovadores da história da Playboy e Vogue; se ele quisesse me fotografar pelada eu tirava a roupa ali na hora. Sério!). Todos os dias que eu encontrava com o Bob ele dava um jeito de me dar uma zoadinha de leve, o que aproximava bem o cara de um reles mortal (que é o que ele é, na verdade, apesar de ali no contexto ele estar na situação de ídolo da garotada) e tornava a conversa menos travada e eu acabava tendo espaço de zoar de leve tb. Quase nem falamos de fotografia, só assuntos triviais mesmo. Achei muito bacana, inclusive.

Durante a palestra do Bob ele contou como começou na carreira de fotógrafo (coisa que ele conta no livro, mas eu ainda não tinha lido) e disse uma pá de coisa muito, muito legal mesmo, que me tocou muito fundo e eu fiquei ao mesmo tempo maravilhada e confortada, pq eu sabia que se deu certo pra ele haveria de dar certo pra mim também, que o início da carreira é sempre estranho mesmo, mas que com o tempo as coisas se ajeitam. No final da apresentação dos dois eu fui lá no palco cumprimentá-los e, como esperado, o J.R. me ignorou (hahahaha... ele já fez isso no twitter, foi super sem educação comigo, então nem me importei). Ele só tava a fim de arrumar um novo assistente, então já me pulou direto. O Bob continuou sendo gracinha. Quando eu falei para ele que o que ele havia dito fez toda a diferença na minha vida, ele me agradeceu. Olha só: ELE ME AGRADECEU! Disse que me daria um presente e me deu 3 edições da revista-livro S/N. Fiquei tão encantada que pedi um autógrafo! ahahahaha
Ele abriu a revista (uma com a Gisele Bundchen na capa e escreveu: "Para a Suelen, querida colega de profissão. Um beijo. Bob."
Morri!
Oi? Colega de profissão?
Juro que a partir desse instante eu parei de me sentir menos que os outros e comecei a me colocar em pé de igualdade, mesmo que meu trabalho não tenha tanta expressão. Foi um passo muito importante para o meu posicionamento profissional! Aproveitei para agradecer também ao Eugênio Sávio, que foi meu primeiro professor de fotografia e idealizador do Foto em Pauta, por tudo. Por ter me ensinado a fotografar, por ter me aguentado pentelhando ele nos corredores da faculdade, por ter me escutado outras tantas vezes e dado várias dicas, por ter feito esse festival maravilhoso que eu quero ir todo ano... enfim. Agradecer!
Mas eu rodeei, rodeei, rodeei e não cheguei no cerne da questão: pq essa retomada do livro do Bob foi tão importante agora.
Em uma passagem ele comenta do trabalho autoral dele que é muito pesado, são imagens fortes, algumas são escuras, meio soturnas... melancólicas... E ele conta que fez terapia durante muitos anos (ou ainda faz, não me lembro) e que realmente ele era uma pessoa introspectiva apesar de ser bastante sociável, alegre, brincalhão... Ele achava que a fotografia autoral era a vazão da tristeza que ele guardava dentro de si.
BINGO!
Pois não é que é mesmo?
Pois não é que eu sinto a mesma coisa?
Outro dia uma amiga minha (que me conhece muito bem, diga-se de passagem), enquanto eu apresentava minhas fotos observou que eu sou uma pessoa agridoce. Achei genial, quase um retrato do meu sabor. E é um sabor que eu adoro, inclusive.
Comentei com um outro amigo (que ainda está me conhecendo) e ele discordou, dizendo que eu sou uma pessoa bem, bem doce, mas que eu tenho muitas coisas interessantes que não são só a alegria, e que isso aparece claramente nas minhas fotos. Ou seja, a gente ainda está se conhecendo, mas ele já deu um sinal que eu sou absolutamente legível através das minhas imagens também. Eu sou contraditória: muitas vezes doce, muitas vezes azeda e muitas vezes as duas coisas juntas. É isso.... Masssss, como ninguém são é absolutamente feliz ou absolutamente triste (e eu me considero uma pessoa sã - pelo menos foi o que o analista disse, hahaha) posso perfeitamente usar a arte para dar vazão a toda essa melancolia dentro de mim, que me oprime às vezes.
Engraçado que, agora, lembrando do Bob e lembrando do que o Tiago (meu analista) falava... isso faz TANTO sentido... Acho que todo mundo que se mete com a arte tem um pouco disso, né? Não é à toa que eu dei o nome pra esse blog de Drama Barroco (pq minha vida é dramática e minhas imagens são barrocas)!
Olha o que esse cara aí embaixo tem a dizer sobre isso de tristeza e alegria. Vai com legendas em espanhol em homenagem ao amigo que me acha bem, bem doce e que diz que eu tenho um sorriso com uma força ¡re linda! ;)
(E depois de saborear essa canção tão agridoce quanto eu acho que sou, vou voltar pra escritura do meu projeto que, por enquanto, é só azedo! ahahaha)
Olha o que esse cara aí embaixo tem a dizer sobre isso de tristeza e alegria. Vai com legendas em espanhol em homenagem ao amigo que me acha bem, bem doce e que diz que eu tenho um sorriso com uma força ¡re linda! ;)
(E depois de saborear essa canção tão agridoce quanto eu acho que sou, vou voltar pra escritura do meu projeto que, por enquanto, é só azedo! ahahaha)
2 comentários:
azedo
não precisa!
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